FÁBIO B.
Este texto é de um exercício de meu curso de Cinema, mas gostei tanto de ter escrito que publiquei aqui, pretendo converter em conto ou romance.
FÁBIO B.
Do editor Fábio B, posso tecer mais suas características físicas do que psicológicas. Seu corpo, ícone duma beleza incompreensível, era atmosfera muito mais nebulosa e sombria do que sua mentalidade ainda desconhecida para mim. É que seus braços fracos que dançavam gesticulando as poesias que declamava formavam um movimento tão divinal que aquilo me fazia ignorar o que eu desconhecia nele, não me importavam seus gostos e comportamentos, sua perspectiva cênica e esplêndida beleza estavam acima de tudo.
Era apenas um rapaz no auge de seus 22 anos aparentes e reais. Era assim alto e atlético, belamente desenhado no nosso perfil de beleza e pelas suas formas perfeitas e pelos cabelos curtos, e finos, e pretos, e de linho consegui vislumbrar Baco. Os olhos verdes me transportavam para seu quarto obscuro da invisível mente. As suas mãos faziam movimento circulares quando recitava uma poesia e isto me concedeu o privilégio de conhecer o Egito Antigo num templo de dança do ventre. A voz bradava os poemas em canto monofônico enquanto a voz cantava as opiniões e críticas literárias em canto polifônico. A sua cabeça permanecia inflexível nestas horas poéticas, claro que seu rosto trazia expressão, mas digo que a cabeça não se movimentava, porque o ser que eu contemplava era uma serpente dançando miraculosamente no deserto.
Eu não o conhecia pessoalmente, conversávamos apenas pelo MSN e sempre assistia a seus vídeos e imagens. Eram vídeos em que aparecia declamando suas poesias ou pregando uma estética retrógrada em palestras e conferências. Reparei também no seu hábito estranho e fascinante de permanecer acordado durante a madrugada redigindo seu jornal. Eu pensava no que ele poderia fazer naquele horário histérico, era certo que ele formatava os textos e a parte visual do impresso e do site, entretanto, ele deveria também passar aquele tempo fazendo outras coisas como, por exemplo, conversando com seus amigos oficiais e seus amigos secretos. Por que Fábio deixaria tudo para a madrugada se ele tinha o dia todo disponível?
VEM AÍ UMA NARRATIVA DE ROMMEL WERNECK!!!
Rommel Werneck
Enviado por Rommel Werneck em 20/04/2010