Só
Só! Sem bonança dança, luz, ó luz!
Na solidão perpétua do viver...
Só! Com medo segredo, cruz, ó cruz!
No luto eterno deste alvorecer...
Só! Sem amor calor, alguém, ó alguém!
Na necrópole lúgubre e perdida...
Só! Com sombra que assombra, alguém, ó alguém!
Na floresta sangüenta desta vida...
Só! Chorando exalando negro sangue,
Sangue horrendo, infeliz, morto e ruim,
Morto e ruim querendo amor e dó,
Dó e caritas, amor, tudo tão só.
Só! Sem cor, sem ninguém, sem luz, sem fim!
Afundando-se neste rubro mangue...
Rommel Werneck
Enviado por Rommel Werneck em 10/01/2009