Rommel Werneck
"Quem teria graphado os pagãos agroglyphos? / A resposta direi, mas assusta-nos: ELLES!"
Textos
SALA DE JANTAR

Exercício do curso de Roteiro que estou fazendo

Atividade 2- Descrição de um espaço


                                  SALA DE JANTAR


         Já eram mais de duas horas da tarde e o Sol já estava em sesta bem mais acalmado quando entrei naquele cômodo superno. Era uma tradicional sala de jantar com um misto de leve perfume artificial doméstico e uma brisa refrescante das flores. Fiquei, por vários minutos, parado contemplando aquele cenário impecável de meus sonhos.


         Ao lado da porta pela qual eu entrara havia uma mesinha simples com uma toalhinha de renda branca e umas portas embaixo como um criado-mudo, mas sofisticado. Sobre a toalhinha branca da mesa, pairava uma fruteira vazia.  Todas as paredes eram revestidas por um papel vitoriano e nas laterais da grande mesa pude ver belos quadros formando uma divina galeria. De um lado, uma tela enorme da Santa Ceia e de outro um conjunto de quadros menores de natureza morta. Eram telas no mais belo estilo clássico, traziam para mim um gosto retrô e refinado além de uma postura reflexiva.


        Fui seguindo abaixo do quadro da Santa Ceia contornando a mesa retangular, esta extremamente longa, brilhante e sublime, composta por inúmeras cadeiras e vestida de nada. Fui seguindo até me deparar com a cristaleira ornada dos mais belos copos, taças, pratos, garrafas etc. O móvel ficava na mesma lateral do quadro da Santa Ceia e era alto e largo e assim como a mesinha perto da entrada original possuía duas portas opacas para armazenar objetos. Já em cima, atrás do balcão vinha a parte de vidro onde ficava a louça em vários andares.  


       Dei mais alguns passos e vi um manto de tecidos iluminados. Toquei suavemente e devagar aqueles panos perfeitos e macios. Abri as cortinas e respirei o ar puro vindo daquela mediana janela de grades finas. Eu me virei e no teto percebi o grande lustre dourado com detalhes de prata simplesmente apagado.

      Com a janela aberta, o Sol conseguiu penetrar naquela fortaleza secreta e sendo assim, fui obrigado a observar novamente a cristaleira e não sei  o porquê, mas notei um pequeno espelho em pé brilhando no meio daqueles aparelhos de jantar. Era sustentado por uma taça que estava atrás e como se o Sol estivesse atrás de mim (pois eu creio que não estava) pude ver uma forte luz saindo daquele objeto conforme eu mais me aproximava.

Rommel Werneck
Enviado por Rommel Werneck em 27/04/2010
Comentários
Site do Escritor criado por Recanto das Letras