OS LÁBIOS DO VENENO
“O churl! drunk all, and left no friendly drop to help me after? I will
kiss thy lips. Haply some poison yet doth hang on them to make me die with a restorative. [Kisses him.]”
The Tragedy of Romeo and Juliet. Shakespeare. Act V. Scene III
Jazia embalsamado o bom Romeu
Guardando nos seus lábios um veneno
Que no sabor fortíssimo e sereno
Foi-lhe tirado o mundo que era seu.
A dama Capuleto, em amor pleno,
Despertando, uma morte percebeu.
Entonces, ao punhal vil recorreu
Eternizando a dor no sangue ameno.
Mas, antes, contemplou bem Capuleto
O seu virgem mancebo lá deitado
Sobre o tão tenebroso e gris sepulcro.
Àquele resplandente rapaz pulcro,
Tomou dos lábios lúgubres do amado
O beijo como lânguido amuleto!
Agora devidamente revisado. Encaminhado para a Antologia Raízes
Rommel Werneck
Enviado por Rommel Werneck em 02/12/2011
Alterado em 26/02/2012