DESCENDO
Hendecassílabo à Nilza Azzi (5a, 7a e 11a)
Pelos degraus vou seguindo escorregando...
Quem sabe eu me torne um grande pé de valsa...
Decadentemente, apenas deslizando
Por antigas águas duma vida falsa!
Os elevadores caem em tom brando
Descendo as fatais cascatas numa balsa
Estilosamente, apenas inclinando...
Eu já disse, sou recente pé de valsa!
A balsa prossegue pelas velhas águas...
E como não posso nunca com as mágoas
Continuo pelo mar do retrocesso
E por desejar talvez um bom progresso
Eu vou rastejando até sobreviver
Descendo até onde não dá pra descer!
Rommel Werneck
Enviado por Rommel Werneck em 11/02/2012