ALEXANDRINO ANAPÉSTICO
Em contorno o kajal nos olhares sinistros
De figuras sacrais em perfil, a que admiro,
Pardacento e dourado o lugar no papiro
Às castiças canções nos satânicos sistros.
Sem remorso, o chacal, divindade e vampiro,
Um sorriso me lança, em sinal, aos ministros
Pesarão um penacho, as ações, os registros
Na balança de prata em perfil, a que miro.
Brevemente sonhei: e na próxima vida?
Faraó? Samurai? E bilhões de tesouros?
Uns donzéis num harém de Sodoma perdida?
Mas a Anúbis retorno, à saleta sangrenta;
E, na dor, na saliva ascendente de agouros,
A balança o cruel coração arrebenta!