“O Sol como se um leito procurasse,
Reduz o ardor da audácia matutina”
Carolina Ramos
Imperando brilhante o solar em alturas,
Na abstinência excelente e brumal de nebula,
Em ciano o feliz firmamento acumula
No matiz de piscina as turquesas escuras...
Em crateras de prata o luar congratula,
Os humanos com véu de noitadas futuras...
Em Apolo, Diana as penumbras impuras
Totalmente o recobre e letal ejacula...
Mas, a graça do Sol, totalmente de preto,
Finaliza em questão de certeiro minuto,
Retornando a manhã em cristal de amuleto...
Ao contrário do eclipse instantâneo e enxuto,
No trajeto que tenho ao luar, em dueto,
Seguirei no negrume infinito do luto!
NOTAS:
1. Texto publicado originalmente na II E-Antologia de Poesia Retrô, junho de 2022. Baixe o arquivo AQUI na seção E-livros.
2- Este soneto também foi encaminhado para a XIII Coletânea Século XXI - Homenagem a Carolina Ramos (2022), da PoeArt Editora.
3. Soneto alexandrino em tetrâmetro anapéstico (3a, 6a, 9a e 12a);
4. Fotografia de Aixa Andrada. Fonte: AQUI