Senhorito, em costume todo preto,
Por que não continuas me sorrindo
Se sobressaem fortes ao esqueleto
Os músculos viris do corpo lindo?
Baunilha a nota em químico cloreto,
Teu perfume reluz de modo infindo.
À trilha, o Boccherini, o minueto,
Um cenário do céu se diluindo...
A cidade no fundo: Marrakech,
O deserto, a medina, um bosque, um horto,
O teu corpo que paira e não se mexe,
A coluna correta, o chapéu torto...
Tudo tão divinal a cada flash,
Que na foto sequer pareces morto.
NOTAS:
2. Metro adotado: dec.heroico
3. Texto integrante da Antologia Góticos, Hibis Editora (2023), mas o soneto foi escrito no primeiro semestre de 2022.