"Cavaleiro das armas escuras,
Onde vais pelas trevas impuras
Com a espada sanguenta na mão?"
Álvares de Azevedo
Meu cavaleiro em prata de armaduras,
Vens de que reino, quais longínquas terras?
Por que a sangrenta espada tu seguras
Na pose angélica incensando as guerras?
Meu Lancelote, fala quem procuras,
Que triste vítima que ao Sol enterras?
Por que o punhal de trevas tão impuras
Profana o sacro graal das Inglaterras?
Caronte, bem normal seria o corte
De teu gelado beijo rumo ao céu,
Noite de amor, de carne a mantra e morte...
Mas és o herói do púrpuro pecado,
O meu vampiro virgem, flor-donzel,
Um amor impossível do passado!
NOTAS:
1 - Metros adotados: decassílabo heroico e decassílabo sáfico
2 - Exercício da ABRASSO (Academia Brasileira de Sonetistas) cuja proposta foi escrever um soneto inspirado em seu patrono.