Precedendo a Quaresma, ao Carnaval,
Bailando a barcarola da Occitânia,
Surgiu em seu delgado e branco corpo,
Ostentando uma taça de altas trevas,
Um cavaleiro a nome trovador,
O mesmo da sextina: Daniel!
Daniel, Daniel, Dan, Daniel!
Chegou cantando o nobre Carnaval,
Pulsando o coração de trovador,
Declamando as sextinas da Occitânia
E no quarto dos hóspedes nas trevas,
Revelou o brocado de seu corpo...
Perdido a tal pecado ao negro corpo,
Tateando o vigor de Daniel,
Eu derramei amor de claras trevas,
Ele falou viril do Carnaval,
Eu conheci o mapa da Occitânia
Ao possuir o escravo trovador!
Eu quem me transformei em trovador
Descrevendo o esmeráldico, alvo corpo
Numa canção sextina da Occitânia...
Daniel, Daniel, Dan, Daniel!
Naquele leito à noite ao Carnaval
Mergulhado em translúcidas mil trevas...
Mas na manhã seguinte em plenas trevas,
Fugiu de meu castelo o trovador
Carregando o brilhante Carnaval
E a cútis asiática do corpo...
Em meus versos trovejo Daniel
Em seu cavalo em Nice, na Occitânia!
Eu mantenho as lembranças d’Occitânia
Nesta minha sextina escrita em trevas,
Daniel, Daniel, Dan, Daniel!
Por que partiu o pobre trovador
Levando o seu divino e rubro corpo,
Quaresmando p’ra sempre o Carnaval?!
CODA
Não volta o Carnaval lá da Occitânia,
Em seu corpo cromático das trevas,
Meu amor trovador dor, Daniel!
Publicado originalmente na III E-Antologia de Poesia Retrô