Este câncer chamado amor absinto
Que pulsa ao coração tumor em magma,
Este deus a quem muitos fazem pactos,
A comidinha podre de mil plânctons,
Deste mau sentimento que se admira,
Eu elegi a pausa como opção...
Eu escolhi o estudo, a santa opção,
Futebol de tardinha, à noite absinto,
Mas ninguém me respeita, assim me admira
Por eu ler, pesquisar vulcão e magma,
Por eu alimentar pingüins e plânctons
E tendo com cristãos e cristais, pactos
Poetas satanistas fazem pactos
Com a paixão e fazem por opção,
No lugar dos seus cérebros há plânctons,
Água de coco e cálices de absinto...
E fervem mil hormônios, tanto magma
Nesta gente vadia que os admira...
Eu não me espanto, nada mais me admira,
Sobre paixões, prisões, podridões, pactos!
Os amigos caídos neste magma
Tiveram na emoção primeira opção,
No domingo, prefiro um livro e absinto
A namorar, beijar os vermes, plânctons...
Pausei porque adorei uns belos plânctons,
Meu pobre coração ainda admira,
Relembra aquelas horas vãs d’absinto,
Recuso acreditar de novo em pactos,
Em promessas de amor, em tal opção,
Em febris urubus de gelo e magma...
Castíssima parada d’amor magma
Porque nunca serei um dos teus plânctons,
A esperar os encontros sem opção,
Sofrendo por alguém que não me admira
Porque te amar requer terríveis pactos,
Nunca mais beijarei o amor absinto!
CODA
Deste eclipse d’amor absinto em magma,
A quem fazem os pactos, raptos, plânctons,
Admira a pausa digna como opção.
Texto integrante da III E-Antologia de Poesia Retrô (2023) que pode ser baixada gratuitamente aqui.